Perdição, drama, ciúme e tragédia
Inspirado na peça "O Fuxiqueiro", de Berg Bezerra, da Companhia Cultural Ciranduís, o filme Perdição traz às telas de cinema uma tragédia de amor. Pretinha (Titina Medeiros) é casada com um sertanejo de muito respeito na cidade, o Zé Tibúrcio (Dadá Capoeira), mas com a chegada do "brincante" Ramón (Rodrigo Diaz) à cidade, a relação do casal fica abalada e aparecem as primeiras cenas de ciúme. Acontece que o disse-me-disse vai acabar em tragédia. O filme conta ainda com a participação das atrizes Tony Silva, no papel de Zulmira e Joriana Pontes, como Lalá - a melhor amiga de Pretinha, além de moradores e artistas da cidade de Janduís.
O filme, idealizado pela equipe Cinema Processo, finalizou as gravações no último fim-de-semana, fechando a etapa que teve início em novembro de 2007.
Perdição, que já foi anunciado em malas-diretas da Funarte e Ministério da Cultura, levou para Janduís oficinas e vivências com vários artistas, entre eles Henrique Fontes (preparação de elenco), Geraldo Cavalcanti (roteiro), Grupo Candombe + Daniel e Daniela Diaz, da Argentina, o grafiteiro Marcelo Amarelo e a dançarina Cláudia Albano. Todos os participantes diretos e indiretos contribuíram decisivamente para que o filme se tornasse uma realidade. A equipe técnica conta com a participação de Matyeu Duvignaud (diretor de fotografia), Cácio Santos (figurino), Woldney Ribeiro (cenografia), Alanny Brito e Cristina Simon (produção).
A trilha sonora deve ser composta pelo cantor Babal em parceria com músicos da própria cidade de Janduís, entre eles Marcos Lima, músico que cativou o colega Daniel Diaz, professor da Universidade de Córdoba, na Argentina, que esteve em Janduís conferindo o Cinema Processo e que a visita resultou num convite para realização de um novo filme posteriormente.
O filme é uma realização da Companhia Cultural Ciranduís, vencedora do Prêmio Miriam Muniz-Minc/2007 e do diretor Buca Dantas (Micro Mundo/8723 cine), que juntos buscam interagir unindo o teatro de rua e o cinema independente, marca de cada um.
Cinema Processo
Criado para possibilitar a realização de obras cinematográficas em regiões nas quais essa atividade seja incipiente ou inexistente, o Cinema Processo é movimento que envolve a tríade artistas + alternativa técnica + pesquisa estética. Aliando conceitos de linguagem cinematográfica, mais economia solidária e protagonismo local tem como meta a realização de filmes a partir dos saberes locais. O Cinema Processo trabalha com os artistas e habitantes de uma determinada localidade contando uma história de sua autoria em forma de cinema.
O movimento/grupo surgiu em 2006 com a realização do filme "Viva o Cinema Brasileiro!", gravado em Santa Cruz/RN e região, filme que somente agora, reeditado para um curta-metragem, iniciou sua carreira em festivais, sendo exibido em dezembro de 2008 no 16º Festival de Teresina/PI e já pré-inscrito em vários outros eventos cinematográficos.
Perdição foi apoiado pela Prefeitura Municipal de Janduís, Agência Cultural do Sebrae, Fundação José Augusto, Secretaria Estadual de Reforma Agrária, Interfilmes e de profissionais da área.
Matéria publicada no caderno UNIVERSO do jornal O MOSSOROENSE
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