quinta-feira, 21 de abril de 2011

CIRANDUÍS COMPLETA 18 ANOS

A Companhia Cultural Ciranduís celebra hoje, (21), seus 18 anos. Fundado no dia 21 de abril de 1993, o grupo já conquistou prêmios nacionais como o Myrian Muniz de Teatro pela peça "O Fuxiqueiro". O blog Janduís Online conversou com Lindemberg Bezerra, coordenador da Ciranduís. Ele falou sobre as experiências do grupo que atinge hoje a "maioridade", a interação com os demais grupos da cidade e projetos futuros.

Confiram a entrevista:

Blog Janduís Online: A Companhia Cultural Ciranduís completa hoje a maioridade. São 18 anos de atividades culturais. O que essa maioridade representa para o grupo?
Lindemberg Bezerra: A Ciranduís é um exemplo de referência pra todo Estado e Nordeste. Ao completar 18 anos, deixamos claro que é possível manter ações simples no contexto cultural e tornar seu município também uma referência. São muitos fatores positivos que se analisado com garra, superam os desafios e barreiras, que são questões naturais.

B:Os desafios mudaram muito desde a época da fundação do Ciranduís até os dias de hoje?
LB:Com certeza. Há um avanço significativo em relação a 1993. É um mundo totalmente diferente com mais possibilidades de avanço e ao mesmo tempo aumentaram as dificuldades humanas. Não é fácil se manter na ativa, se não tiver coerência e objetividade.

B: O Ciranduís já conquistou prêmios nacionais como o Myrian Muniz de Teatro de Rua e o texto da peça “O Fuxiqueiro” já virou até roteiro de filme. A experiência é um fator importante diante de tanto tempo na estrada?
LB: Acredito que o reconhecimento de uma brincadeira que levamos tanto a sério. Arriscamos o Edital e ficamos na suplência e pela nossa história conseguimos o Prêmio Miriyan Muniz, que é uma raridade pras cidades pequenas do porte da nossa. O filme é um sonho quase que realizado. Foi bom interagir com a galera do cinema, mas ainda sonho fazer O Fuxiqueiro, num estilo teatro-novela. Todas essas conquistas soam direto na história do grupo e na história do município.

B: Como se dá o processo de renovação do grupo? O ingresso de novos membros e da elaboração de novos textos?
LB: Esse é um fator que exigimos cautela, mas, não é mais tão exigente como antes. No início acompanhávamos as notas dos meninos nas escolas, o comportamento em casa e nas ruas, não aceitávamos maus comportamentos em sua vida por completo. Amadurecemos a idéia, até porque já estamos todos adultos, pai, mãe com filhos já ingressando no grupo. Mantemos as regras de forma branda. Exigimos três meses de observação, participação em reuniões e atividades do grupo. E sempre colocamos na mesa como funcionam nossas regras.

B: Com 18 anos de experiência, é possível sobreviver fazendo cultura em pleno semi-árido nordestino?
LB: Se essa pergunta fosse antes do Governo Lula eu diria que não. Mas, hoje temos uma pequena abertura para nossa sobrevivência nos Pontos de Cultura, Editais, Programas de incentivos e outros. Não é o modelo que sonhamos, mas, acreditamos na possibilidade de avanços gradativos. Com nossa organização interna, não faltará apoiadores pro trabalho cultural que é forte no país.

B: Nos dias de hoje, é mais fácil ou mais difícil ser artista de rua?
LB: É mais fácil porque as pessoas estão mais esclarecidas e aprendera a respeitar a arte popular. Com isso a gente passa a ter a comunidade como nosso maior aliado, que antes pregava muito mais o que o coronelismo ditava. Esse avanço passou a ser percebido no final da década de 90.

B: Como se dá a interação com os demais grupos da cidade, sendo o Ciranduís o grupo mais experiente?
LB: Temos nossas diferenças o que é natural. Mas, acredito no poder de cada um em fazer as coisas acontecerem. Não podemos ter disputas entre nós já que nossos objetivos são os mesmos. Além do mais, não um grupo de Janduís que não tenha um ex-membro da Ciranduís. Atualmente, estou muito satisfeito com a atual conjuntura cultural dos grupos e dos artistas de Janduís. Tenho respeito por todos e trato de igual pra igual.

B: E perspectiva de futuro? Quais os planos da Companhia Cultural Ciranduís para os próximos anos?
 LB:Nós pensamos e temos em plano desde 2001 a construção da “Escola de Arte, Cultura e Cidadania”, no nosso terreno que está situado no Conjunto Terra Livre e mede 20m de frente com 26m de fundo. É a garantia de manter sempre viva a nossa chama. É um espaço onde queremos construir pra servir a comunidade cultural e as pessoas em geral. Essa é a garantia de futuro para nossos membros. Estamos buscando a melhor forma possível de concretizar esse sonho e acredito que é possível, pois sonhamos juntos com outros companheiros.

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